“Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim.” Eclesiastes 3:11
“Que mundo este em que nós vivemos... Dias curtos demais, horas curtas demais. Falta-nos tempo. As pessoas correm de um lado para outro, precisam aproveitar o tempo. Todas estão sempre atrasadas, é um problema esta falta de tempo. “Desculpe, mas se não for agora posso perder um negócio, não tenho tempo. Ah, talvez amanhã, hoje estou indo para a aula, não tenho tempo. Filho, mais tarde, agora o papai está sem tempo. Ligue outro dia, agora ela está ocupada, está sem tempo. Estou quase chegando, fiquei presa no trânsito, ainda tenho tempo?” (Carlos Moreira) Por isso, já dizia Nicolas Boileau: “depressa: o tempo foge e arrasta-nos consigo: o momento em que falo já está longe de mim”.
Quando pensamos em tempo, logo vem à nossa mente – agenda, compromisso, anotações, prioridade, planejamento , urgência e muitas outras coisas. Infelizmente esquecemos da expressão latina CARPE DIEM, E nos julgamos senhores do tempo, daí quando percebemos ele já passou, e nós voamos sem contudo realizarmos tudo que desejávamos, e o pior sem percebermos o que o Senhor do tempo desejava e ordenava que fizéssemos.
A bíblia nos orienta a contar os nossos dias para que alcancemos coração sábio, a bíblia nos alerta sobre a nossa transitoriedade, sobre o tempo que vai passando da infância, juventude, até a velhice, sinalizando que muito deste tempo que chamamos vida, é canseira e enfado.
Jesus traz para o nosso tempo de vida, a experiência da vida abundante, através do Espírito Santo, podemos vivenciar andar em novidade de vida e plenitude espiritual, certamente nossa maneira de administrar o tempo tem que mudar para a glória de Deus e suprema realização de cada um de nós.
Nosso grande problema é achar que teremos tempo, por isso vamos postergando decisões e atitudes essenciais em resposta obediente ao evangelho, e assim perdemos tempo na vida, e vida no tempo. Ele não volta, nunca pode ser recuperado, amanhã, pode ser muito tarde.
Somos como nuvem passageira, somos como a relva que de manhã brota e à tarde, murcha e seca, em Jó 8:9, está escrito que nossos dias na terra não passam de sombra. Então sabendo de tudo isto, vamos entender que Deus fez tudo formoso no devido tempo, colocou a eternidade em nosso coração, imprimiu temor em nossas almas e nos presenteou com regeneração, justificação e salvação, para que vivamos uma vida que o agrade aqui e agora, cheia de luz e sal, para que sejamos agentes influenciadores de uma sociedade corrupta, sem esperança e desorientada.
Uma bela canção de Stênio Március, retrata tudo isto de forma poética emocionante: O Senhor do Tempo
Ouvir O Senhor do Tempo Não encontrámos nada. Mestre, me veja menino Deixa-me correr com Teus pequeninos Mestre, de rosto amigável, de sorriso largo, de sereno olhar Eu fui a Ti criança e me recebeste de braços abertos Que estranha distância agora Senhor, lembra do menino que eu fui outrora
Mestre, lembro que eu buscava E me derramava, choro adolescente Lembro daquele caderno onde eu anotava minhas orações Jovem busquei a Ti, o refúgio certo para um moço aflito Que estranha distância agora Senhor, lembra do rapaz que eu fui outrora
Mestre, estou bem mais velho E o amor que eu tinha, onde foi parar? Mestre, fala a esse homem, que se emocione, vá recomeçar Faz-me correr e assim retornar ligeiro ao primeiro amor Deixa-me ver novamente o meu nome Escrito nas santas mãos do Senhor do Tempo
Quanto tempo ainda vamos perder correndo atrás do vento?
Deus nos plantou junto a ribeiro de águas para no devido tempo produzirmos frutos, sem murcharmos, pelo contrário , desfrutarmos de uma vida bem sucedida que o agrade em todo tempo, nos deixe satisfeitos e abençoe a muitos o tempo todo. Isto não é utopia, não é filosofia barata, pelo contrário, é conquista e benção do evangelho de Cristo para todo que Nele crê e vive comprometido com a pureza e a simplicidade que há em Cristo.
Vamos atentar e atender aos conselhos do salmista, no Salmo 131-NVI
“Senhor, o meu coração não é orgulhoso e os meus olhos não são arrogantes. Não me envolvo com coisas grandiosas nem maravilhosas demais para mim. De fato, acalmei e tranquilizei a minha alma. Sou como uma criança recém-amamentada por sua mãe; a minha alma é como essa criança. Ponha a sua esperança no Senhor, ó Israel, desde agora e para sempre!"
Será maravilhoso viver assim, com tudo no devido tempo.
Rev. David Cestavo - Pastor da Igreja Presbiteriana da Aliança de São Paulo
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